segunda-feira, 1 de agosto de 2011
As crianças e as artes marciais
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As lutas são manifestações encontradas desde os primórdios da humanidade. Evidentemente, com o passar do tempo, técnicas de ataque e defesa foram desenvolvidas e transformadas; transmitidas por gerações, compondo o que chamamos de cultura corporal, juntamente com as danças, os jogos, etc.
A criança, por sua vez, tem um fascínio natural pelo movimento, pela ação exercida nas lutas, ao tempo em que vive situações cotidianas de relações interindividuais. De acordo com Olivier (2000, p.11), desde o primeiro ano de escolarização as brigas e as discussões surgem muito cedo entre as crianças.
Apropriar-se de objetos ou de lugares, impor sua vontade, irritar-se com o colega; são muitas as possibilidades de conflitos entre os pequeninos, que muitas das vezes recorrem ao artifício da violência física em defesa de seus propósitos.
Regulamentar a violência inerente às relações sociais das crianças, ao invés de negá-la, é proposta inteligente do educador que trabalha a arte marcial com responsabilidade. O contato de oposição física mediado por regras, por códigos de conduta, visando regulamentar as ações; disciplinam a criança levando-a a reconhecer limites de conduta nas relações com o outro. Assim, a criança aprenderá a se opor dentro de um ambiente saudável e coordenado por um professor capacitado para intervir de maneira construtiva no universo de ação proposto pela arte marcial.
Há uma gama de enfoques da motricidade ofertado às crianças em uma boa aula de arte marcial específica para sua idade: correr, saltar, arrastar-se, puxar, empurrar, reter; são muitas as possibilidades de se expressar fisicamente, dentro, claro, de um ambiente educativo. Toda essa ação, aliada aos componentes filosóficos que norteiam a prática das artes marciais, certamente contribuirão para a formação de uma criança equilibrada.
Na aula, o professor deverá manter a alegria da criança no encontro prazeroso que o contato corporal da luta permite, ao tempo que deverá ensiná-la a dominar suas frustrações, seus ímpetos excessivos de alegria, e sua vontade natural de vencer, compreendendo que a resistência do outro deve ser respeitada e entendida como natural. Assim, lutar será um encontro prazeroso!
Prof. Marco Leite é 3ª Dan em Judô, árbitro nacional e titular da academia Ação.
Fonte:http://www.fight2live.net/forum/showthread.php?t=9606
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